Porque criei um site?

Desde 2016, quando acabei o curso, pensei em criar um site. Sempre fui uma pessoa com muitos interesses em muitas áreas e a liberdade de criar conteúdo, mostrar as minhas ideias e as minhas histórias pareceu-me interessante.

No entanto, após 6 meses a escrever um tese...6 meses a passar 10-14 horas a pesquisar, escrever, ler documentos, artigos, livros e inquéritos e analisar dados, não havia maneira nenhuma de voltar a estar sentada à frente do computador a escrever só por diversão. Eu queria era sair de casa, desligar tudo o que fosse ecrãs. Aliás no ano que se seguiu não peguei num livro sequer! Mesmo os livros de ficção, romance, fantasia...Esqueçam! Eram livros, eram letras...não dava.

Atualmente criar/ter um site é algo super normal e básico no mundo tecnológico. Na minha adolescência e pré-adultez era moda e quem percebesse de hmtl ou css e soubesse "criar sites" era "in" e muito "vanguard", mas agora é um pouco "meh" , porque a maior parte das pessoas tem um blog/site pessoal/portfólio online. Além disso, existem tantos sites, blogs, vídeos informativos com designs espetaculares e funcionalidades interativas impressionantes, que uma pessoa olha para isso tudo e pensa:

"O que vou EU trazer de novo a este mundo? Para quê me dar ao trabalho?"

E foi com base neste pensamento, que ano após ano, fui adiando este projeto.

Até que a meio de uma daquelas horas em que estamos fartos do dia e não nos apetece fazer nada, sem ser (claro!) procrastinar e scrollar no meu feed do Youtube, que apareceu a sugestão do vídeo que me impulsionou a meter mãos à obra e começar. ATENÇÃO! Os vídeos do youtuber de quem vou falar de seguida, não são de todo recomendados para alguém que quer procrastinar. Porque ele é um daqueles youtubers com cerca de 2 milhões de subscritores e o seu canal centra-se sobretudo sobre temas como: produtividade, organização, gestão e produção de conteúdo. Portanto, temas que queremos (mesmo! nah...) ver e assimilar quando estamos a procrastinar porque ao vermos vídeos a falar do potencial produtivo que temos em nós, duas uma:

  1. Sentimo-nos mal connosco próprios porque somos uns autênticos preguiçosos;

    ou

  2. Sentimo-nos muito bem porque ao vermos o seu conteúdo estamos a ser inactivamente pró-ativos pois estamos a aprender como evitar procrastinar mas tarde, ou como estamos a seguir a sua linha de pensamento, criamos múltiplas possibilidades na nossa cabeça das coisas que somos capazes de fazer e isso em si mesmo é uma atividade.

Mas continuando...vi o vídeo do Ali "How to build a website in 2021", em português "Como construir um site em 2021", e para além das dicas que ele apresenta estarem muito bem organizadas e serem super práticas foram sobretudo muito inspiradoras. Onde me identifiquei mais foi na primeira parte onde ele menciona, enumera e explica 6 benefícios resultantes da criação de um site:

1. Ajuda-nos a desenvolver as nossas ideias (melhora a comunicação e expressão das nossas ideias e pensamentos);

2. Ajuda-nos na nossa vida profissional (estamos mais acessíveis para que conheçam os nossos interesses e os nossos projectos);

3. Conduz, cria e atrai ligações (pessoais, profissionais, criativas, etc...);

4. Expomo-nos a oportunidades interessantes (a criação de ligações cria paralelamente oportunidades de comunicação com outras pessoas e projectos);

5. Conseguimos ter mais impacto (a acção local vira acção global);

6. Podemos optar monetizar de várias formas o site e criar uma fonte de rendimento extra.

Outra coisa que Ali menciona é que ninguém que começa um site tem a certeza do que está a fazer, escrever, etc... existe sempre uma fase inicial ou posterior ao  entusiasmo inicial onde andamos perdidos a tentar perceber qual a nossa voz. Nesta fase, pomos em causa, muitas vezes, se criar o site valeu a pena, se o que temos para dizer e expor ao mundo vai mesmo interessar. Ali Abdaal refere nessas situações que devemos nos relembrar da motivação inicial:

O que nos motivou a criar um site e não ter medo?

Ok, Ali! Vamos lá pensar... as razões porque decidi começar o site:

  1. Já não sei escrever em português. Após o curso, pouco ou nada, escrevi de concreto e sinto qque quando escrevo o meu português (gramática, ortografia, etc...) estão na rua da amargura. Para além de ser um hobbie, ao escrever posts no site todas as semanas desenvolvo uma ferramenta preciosa na busca de melhorar o meu português escrito;

  2. Reduzir a quantidade de papel. Trata-se de um acto ecológico, sempre fui daquelas raparigas que desde os 9 anos tinha um diário/agenda onde escrevia religiosamente todos os meus pensamentos, conversas pessoais internas, dúvidas existenciais, acontecimentos e emoções. A quantidade de cadernos e diários que tenho não se justifica atualmente. E através do site posso colocar alguns desses pensamentos, ideias e histórias sem ter que acumular folhas e cadernos rabiscados de coisas que nunca ninguém vai ler;

  3. Dar asas à criatividade. Permite-me ser mais criativa e quem sabe talvez inspirar noutros a sua criatividade;

  4. Aprender o que é isto de fazer um site. Todo o processo de criar e manter um um site é uma competência que é importante no nosso dia-a-dia. Ao tentar explorar mais sobre como isso se faz, alargo igualmente o meu conhecimento e reconhecimento pela quantidade de trabalho, tempo, pesquisa e dinheiro que pessoas a título individual pessoal ou empresas dispendem para manter este tipo de serviço ativo.

  5. Produzir em vez de consumir. Atualmente, fala-se muito de consumismo e quando esta palavra é usada, imediatamente no nosso cérebro a imagem que nos aparece é um centro comercial ou as filas de espera para entrar na Primark. No entanto, todos os dias, a toda hora e instante, de um forma ou de outra, á distância de um *swipe* ou clique, estamos a consumir informação, contéudos de vários temas e com diferentes apresentações, seja no Facebook, Instagram, Youtube, Google, Wikipédia...(vocês sabem onde quero chegar). E da minha parte, estou cansada de fazer parte apenas do lado inerte que consome,consome...quero ser parte ativa e parar de ser mais uma *"scroller"*. Além de beneficiar de todos os pontos que mencionei anteriormente, creio que me vai educar a ser uma consumista digital mais consciente.

Agora e o MEDO?

Medo, perguntam vocês? que medo? O medo de expormos publicamente os nossos pensamentos e ideais, o medo da vulnerabilidade que isso implica, o medo da crítica alheia, o medo de utilizarem o que escrevemos para usarem em interpretações perversas sem contexto, o medo...

Afinal escrevemos para um mar gigante de 0's e 1's nos quais podemos ser sempre ignorados, mas de um momento para o outro podemos ser notados. O medo de estarmos expostos à crítica desconstrutiva e vingativa dos outros está sempre presente. Mas o que me leva a atravessar essa mar sem medo é a simples razão de que fiz este site para mim, se alguém algures ler o que aqui escrevo está tudo bem, mas não foi a principal e única razão pela qual eu o criei. Foi para mim! Como um hobbie, uma experiência, uma ferramenta de aprendizagem e crescimento pessoal! Por isso desde que, de tempos a tempos, me lembre disso deixo de ter medo! (Ah! E façam a bondade se forem professores de português ou tenham passado por esta experiência de criar sites, deixem uma mensagem com as vossas sugestões)

Já me esquecia! Outra sugestão que o Ali Abdaal menciona que me tem ajudado muito a desbloquear o medo é: 

"Quando não soubermos o que escrever ou tivermos demasiado receio para o fazer, apenas basta escrever o que fazemos. Uma breve síntese do que foi o dia, algo tão simples como isso desbrava caminho para surgirem outras ideias do que escrever depois." 

Uma dica muito simples mas que me tem ajudado muito a criar o espaço mental certo para encarar este desafio e projecto!

Espero que este post possa ajudar alguém a começar (se for essa a vossa intenção) e mesmo que não que seja, pelo menos, serviu para reflectir sobre o porquê de ter embarcado nesta aventura, relembrando-me de todos os motivos porque pensei nisto desde 2016.

Até ao próximo post!

Tempo de elaboração e edição: 4 horas

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